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15 . Maio

Dá para sobreviver ao fim dos likes?

Durante a conferência F8, organizada pelo Facebook, o Instagram anunciou uma medida que pode mudar o modo como os conteúdos são consumidos nas mídias sociais: o fim dos likes no Insta. Bem, quase isso. Ainda vai ser possível deixar seu coraçãozinho na postagem, mas apenas o dono poderá vê-la. O teste começa no Canadá e, caso o resultado seja positivo, a medida pode passar para outros países e redes como o Facebook.

O fim dos likes pode representar diversas mudanças de comportamento. Especula-se uma mudança no modo como o algoritmo ranqueia o que se aparece no feed. Hoje, os posts mais populares têm preferência sobre as postagens menos curtidas, dentre diversos outros parâmetros. Mas pode ser que a mudança seja apenas visual mesmo: você não verá o quão popular é aquela postagem.

Com ou sem mudança no algoritmo, o real experimento é ver o que as pessoas realmente gostam, sem a influência dos likes. Já se sabe que quanto mais curtidas em uma postagem, mais curtidas ela provavelmente terá, até atingir o público delimitado pela rede. E se seu post não for muito bem nas primeiras horas, bem, ele não vai ter muitas chances depois.

Por isso, é um sistema que se retroalimenta, gerando distorções que podem, em casos extremos, fazer muito mal. Afinal, a guerra por likes já deixa pessoas com baixa autoestima e ansiedade, além de levar pessoas a fazer coisas estúpidas. Só em 2015, mais pessoas morreram por causa de selfies do que por ataques de tubarão, por exemplo. A interação, no caso imaginado pela rede social, seria mias positiva e com mais propósito do que é feito hoje.

O pessoal do Instagram espera que as pessoas compartilhem o que elas realmente gostam, se importam e queiram ter em sua linha do tempo. O fim dos likes evita que se faça uma limpa, de tempos em tempos, em seu arquivo de fotos na rede. O principal motivo de se excluir postagens antigas é que elas “floparam” (na gíria das redes, quando ninguém interage com sua publicação).


Mas como o fim dos likes pode impactar a minha marca?




Evidente que não é só o usuário que será impactado. É esperado que as páginas de empresas passem a interagir melhor com seu público, passando a imagem mais próxima do que elas são no mundo off-line. Da mesma maneira que o usuário, o que importará não é a quantidade de atenção que recebe, mas a forma como você se comunica com seu público.

Você pode pensar: “ok, mas para conseguir likes de nosso público, a gente precisa se mostrar como somos, conseguir engajamento orgânico, etc”. E isto está corretíssimo. O que muda é o motivo de se fazer isso. O resultado pode favorecer páginas menores, terminando com o ciclo que mencionamos acima. Páginas maiores que se comunicam não apenas pela popularidade não deverão sofrer tanto. E os influenciadores, estes devem sentir um impacto bastante grande.
Afinal, a decisão de quanto cobrar/pagar a alguém para divulgar sua marca depende do engajamento que aquela pessoa gera. Mas, da mesma forma que o resto da cadeia, quem gerar uma imagem positiva, deve sobreviver.

No fim das contas, a ideia pode ser muito boa para diminuir a competitividade e aumentar a autenticidade on-line. Você está pronto?

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